A Palombar tem procurado explorar e dar a conhecer as vantagens existentes em aliar objectivos de conservação da natureza e de preservação do património rural. Enquanto que edifícios de arquitectura vernacular podem servir de abrigo a diferentes espécies, a criação de melhores condições para a fixação destas pode motivar a utilização de técnicas de construção tradicionais e sustentáveis.

O primeiro campo de trabalho voluntário internacional proposto pela Palombar este ano pretende ser um exemplo disso mesmo. As arribas do rio Douro são mais do que uma paisagem impressionante – são o território de algumas das aves de grande porte mais imponentes do país, constituindo assim um ponto privilegiado para a sua observação, monitorização e estudo. É o caso particular de aves necrófagas como o grifo (Gyps fulvus) ou o abutre-do-egipto (Neophron percnopterus) que não só nidificam nas arribas como aí encontram, na área de Picote, um campo de alimentação – local onde é feito o seu reforço alimentar artificial controlado.

Assim, a Palombar, em parceria com a Associação Frauga, propõe-se a construir um abrigo para observação de aves necrófagas a uma distância confortável do campo de alimentação – que não as perturbe mas permita a sua observação por binóculos/telescópio -, recorrendo a técnicas tradicionais de construção em pedra e colmo, recuperando assim o saber praticamente extinto das coberturas vegetais. O XXXIX Campo de Trabalho Voluntário Internacional decorrerá então entre 20 e 29 de Abril, na aldeia de Picote, com o apoio de voluntários que não só terão a oportunidade de aprender essas mesmas técnicas, como de conhecer toda a região do Planalto Mirandês nos tempos livres.

Junta-te a nós!