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XXXV Campo de Trabalho Voluntário Internacional: Reconstrução de Dois Pombais Tradicionais
A paisagem do Planalto Mirandês é muito marcada por umas pequenas construções brancas que chegam a estar em campos que hoje nos parecem abandonados e distantes de tudo - são os pombais tradicionais, resquícios de um tempo em que as aldeias fervilhavam de gente e as terras de actividade agrícola. Representavam uma forma sustentável e pouco dispendiosa (tanto em termos de recursos como em tempo de trabalho) de obter produtos preciosos – o estrume e a carne dos borrachos.

Para que a manutenção dos pombais fosse simples, também os aspectos arquitectónicos dos pombais foram sendo aperfeiçoados: as portas eram pequenas e elevadas não só para permitir essa acumulação de pombinho, mas também como protecção contra predadores; função, aliás, que também tinham os beirais junto das saídas das pombas e os pináculos que enfeitavam alguns dos pombais. Por outro lado, as formas circulares e de ferradura, mais comuns na região, parecem resultar de uma preferência fundamentalmente estética.


O principal objectivo do XXXV Campo de Trabalho Voluntário Internacional, a ter lugar em Uva, de 7 a 18 de Julho e organizado pela Palombar é, então, reconstruir dois destes pombais, para combater o estado de abandono a que têm sido deixados nas últimas décadas. Os voluntários terão a oportunidade de aprender e experimentar todas as técnicas tradicionais de construção que fazem parte do processo, nomeadamente picar o reboco, preparar e aplicar a argamassa ou reparar o telhado. Mas porque entendemos que os pombais tradicionais são mais do que património construído – são património cultural -, será dada, durante os tempos livres, grande importância ao contacto dos participantes com os habitantes da aldeia e com a cultura da região, assim como à descoberta da incrível paisagem natural do Planalto Mirandês.