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XXXI Campo de Trabalho Internacional - Recuperação de Pombais Tradicionais - UVA

A paisagem do Planalto Mirandês é muito marcada por umas pequenas construções brancas que chegam a estar em campos que hoje nos parecem abandonados e distantes de tudo - são os pombais tradicionais, resquícios de um tempo em que as aldeias fervilhavam de gente e as terras de actividade agrícola. Representavam uma forma sustentável e pouco dispendiosa (tanto em termos de recursos como em tempo de trabalho) de obter produtos preciosos – o estrume e a carne dos borrachos.

Para que a manutenção dos pombais fosse simples, também os aspectos arquitectónicos dos pombais foram sendo aperfeiçoados: as portas eram pequenas e elevadas não só para permitir essa acumulação de pombinho, mas também como protecção contra predadores; função, aliás, que também tinham os beirais junto das saídas das pombas e os pináculos que enfeitavam alguns dos pombais. Por outro lado, as formas circulares e de ferradura, mais comuns na região, parecem resultar de uma preferência fundamentalmente estética.

O principal objectivo do XXXI Campo de Trabalho Internacional de Recuperação de Pombais Tradicionais organizado pela PALOMBAR é, então, reconstruir um destes pombais, para combater o estado de abandono a que têm sido deixados nas últimas décadas. Os voluntários terão a oportunidade de aprender e experimentar todas as técnicas tradicionais de construção que fazem parte do processo, nomeadamente picar o reboco, preparar e aplicar a argamassa ou reparar o telhado. Mas porque entendemos que os pombais tradicionais são mais do que património construído – são património cultural -, será dada, durante os tempos livres, grande importância ao contacto dos participantes com os habitantes da aldeia e com a cultura da região, assim como à descoberta da incrível paisagem natural do Planalto Mirandês.

 

 

The Miranda Plateau’s landscape is hallmarked by these curious small buildings, set on fields that appear to be abandoned and in the middle of nowhere – these are traditional dovecotes, reminiscences of a time when villages were bustling with people and fields with farmers. They represented a sustainable and economic way (both in terms of resources and labour) of obtaining precious products – manure and dove meat.

So that the dovecotes’ upkeep was simple, their architecture was perfected over time: the doors were small and elevated, not only to ensure that the manure would accumulate over six months, but also as a protection against predators; the overhangs had that same purpose, as well as the spires that embellish some dovecotes. On the other hand, the most common circular and horse-shoe shapes of these buildings seem to have a mainly aesthetic motivation.

Thus, the main goal of the XXXI International Workcamp: Restoring Traditional Dovecotes, organised by PALOMBAR, is to rebuild one of these dovecotes in order to fight the abandonment to which they have been left for the past decades. Volunteers will have the chance to learn and try out every traditional construction technique involved in the process, namely removing the plaster, preparing and applying the grout or repairing the rooftop. But because we believe that traditional dovecotes are more than built heritage – they are rather cultural heritage -, we will privilege the participants’ contact with local people and with the region’s culture, as well as their discovery of the Miranda Plateau’s natural wonders.